A 7 de outubro de 1974, fui atender um caso notável de termogênese (produção parapsicológica de calor), mais concretamente de pirogênese (produção parapsicológica de fogo).

Em determinada casa da Rua Prudente de Morais, na cidade de Jundiaí (São Paulo), originaram-se pequenos incêndios em nove pontos diferentes. Tudo ocorreu num es­paço de meia semana, entre 30 de setembro e 3 de outubro, e por via “misteriosa”, isto é, ninguém pôs fogo, em parte nenhuma. Todos os inquilinos da residência, unanime­mente o asseveram.

Ninguém conscientemente tem a mínima recordação de algum ato de leviandade, desleixo ou má intenção, em relação ao fogo. Tudo se deu exclusivamente durante o dia, quando as empregadas estavam pre­sentes, e sempre de surpresa.

 

Chamas numa estante de papéis

Dentro da residência houve três pe­quenos incêndios. Nos aposentos das crianças queimou parte de uma colcha. Quando deram pelo fato conseguiram logo apagar o fogo. Na cama das meninas o fogo carbonizou uma superfície de 46 cen­tímetros sobre 33 do colchão. A cha­ma alcançou cerca de um metro de altura, queimando a roupa da cama em parte. Essa labareda já foi mais difícil de dominar, mas conseguiu-se jogando bastante água em cima. Em outra ocasião, a borda de uma cama foi carbonizada, numa faixa de 36 centímetros de comprimento sobre 15 de largura. Os demais casos sucederam na garagem, no quartinho de despejos, e em outros lugares, sempre a poucos metros de uma das meninas…

Um armário, com material de cozinha, panos, talheres, etc. ardeu embaixo, danificando muitos utensí­lios. O curioso porém foi, que numa prateleira imediatamente em cima, on­de, entre outras coisas muitas, se encontrava também um litro inteiro de gasolina, nada aconteceu. Ver­dade é que a gasolina estava dentro de uma garrafa fechada.

Uma pequena caixa de metal, contendo jornais, foi duas vezes atin­gida pelo fogo, que apagou sozinho, após ter consumido o conteúdo. Uma cortina de três metros de compri­mento sobre dois de altura foi total­mente destruída pelas chamas.

O fenômeno mais singular, en­tretanto, é o de uma grande estante de notas fiscais, atacada por via “misteriosa”, por um fogo mais vio­lento. O fogo chegou a carbonizar a madeira das prateleiras ,tanto no lado, como embaixo delas, e por incrível que pareça, apenas chamuscou­ os papéis, de muito mais fácil combustão e que se achavam ao al­cance das grandes e abundantes labaredas.

Eis a relação dos principais fenômenos sucedidos naquela casa. É bem compreensível que o casal, lá residente, e seus filhos estives­sem seriamente preocupados com tão estranhos acontecimentos.

 

Foi um feitiço ou maus espíritos?

Pelas descrições supra o leitor percebe, à primeira vista, tratar-se de um fogo dirigido como se fora a comando de alguém empunhando um maçarico. Queimou em determina­ do ponto, e, logo em cima, ao lado ou embaixo permaneceu tudo intato, sem sinal de queimadura. Incontestavelmente um fogo diferente. Não é um incêndio, uma queima normal. Diziam à família que os demônios ou espíritos de mortos eram os res­ponsáveis…

Nem uma nem outra coisa. A que fator atribuir, pois tão estranho efeito? Trata-se de mais um caso de emissão de força telérgica.

Quem não está afeito a casos parapsicológicos, meneia a cabeça incredulamente, preferindo uma explicação espírita ou supersticiosa. Mas nada justifica tal interpretação, pois o fenômeno é bem conhecido na ciência, que esclarece suas causas.

Na pesquisa por mim realizada, no intuito de desvendar o mistério, verifiquei ser o fenômeno produzido por uma das duas empregadas da família. Praticamente todos os fe­nômenos parapsicológicos de efeitos físicos são produzidos por pessoas, mormente adolescentes, com alguma anomalia físico-psíquica.

Antes de proceder ao relaxamen­to neuromuscular (1) com as duas, indaguei de cada uma em particular, se estava contente com o emprego, com os donos da casa, se na família delas, com os pais, parentes, vizi­nhos ou namorados tudo ia bem, tudo em paz e harmonia…

Fiquei então ciente de uma delas, que ela andava muito revoltada com sua situação, muito descontente e inconformada, sumamente preocupa­da, não com os patrões, e sim com os pais e o namorado com quem brigou e rompeu, o que para ela significava o fim do mundo, e mil problemas emocionais daí decorrentes…

Acrescentou ainda que vivia chorando em consequência de tudo isso.

O teste de sensibilidade à sugestão que, em seguida ainda tirei, revelou ser ela uma sensível no mais alto grau, “uma grande médium”, diriam os espíritos. O X do problema estava descoberto.

Era ela que inconscientemente emitia essa força física, dirigida pelo inconsciente, a telergia.

“O conceito de transformação de energia física é hoje uma conquista da ciência e nisso se baseia toda a física moderna. Toda energia me­cânica pode transformar-se em tér­mica, luminosa, elétrica química, etc. e vice-versa” (2).

 

(1) Áudios de relaxamentos neuromusculares (auto-hipnose) na voz do próprio pe. Edvino Friderichs podem ser adquiridos junto à loja do IPQ, no seguinte link: https://www.lojaipq.com.br/relaxamento-neuromuscular

(2) GONZÁLEZ-QUEVEDO; Oscar: “As Forças Físicas da Mente”, II Vo­lumes, São Paulo, Ed. Loyola, 1968, Tomo I, pág. 56.

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